Por Beth Brait
Todos nós, mortais, temos a impressão de que os escritores nascem sabendo escrever bem: seus textos saltam prontos da imaginação privilegiada para as páginas impressas de um livro. Por mais que eles insistam em afirmar que escrever significa mais transpiração que inspiração, que o processo é um eterno “pisar em grilos”, exigindo rigorosa disciplina, ficamos com a sensação que isso tudo só vale para os que não nasceram com escritores. Pra poetas e prosadores natos, basta preencher as folhas em branco com palavras, frases, parágrafos que, magicamente, materializam-se em histórias, personagens, espaço, paisagens, mundos cativantes. Nada de releituras, emendas, troca de palavras, eliminação de excessos, inclusão de trechos, correção de deslizes.
Ledo engano. A atividade de escrita é um processo trabalhoso, exigindo dos seus empreendedores bem mais que talento. Independentemente de sua finalidade, escrever requer observação, conhecimento, vivência, pesquisa, planejamento,
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