Saul e a Feiticeira: Samuel Apareceu em Endor?

Por Luis M. Ortiz

Adivinhação é a prática ocultista para conhecer o futuro. A prática da adivinhação estava e está proibida por Deus: "Não sereis agoureiros e nem adivinhos", Lv 19.26; "Não seja achado no meio de ti quem pratique adivinhação, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro", Dt 18.10; "Não vos virareis para os adivinhadores, e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles", Lv 19.31; "E não deis ouvidos aos vossos adivinhadores, nem aos vossos sonhadores, nem aos vossos agoureiros, nem aos vossos encanta­dores...". Jr 27.9,10.

Necromancia é a evocação de espíritos que dizem ser de mortos. A necromancia era e é igualmente proibida por Deus, e também era castigada com a morte: "O homem ou a mulher que evocar espíritos de mortos ou se entregar à adivinhação há de morrer: serão apedrejados", Lv 20.27; "Não se ache no meio de ti, nem quem consulte os mortos", Dt 18.10,11; "Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos fami­liares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre os dentes, não re­correrá um povo ao seu Deus? a fa­vor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?", Is 8.19.

Saul e a feiticeira de Endor

Era triste a condição de Saul: o Espírito do Senhor se havia retirado dele e ele estava possuído de demô­nios, e novamente os filisteus "reu­niram suas forças para lutar contra Israel", l Sm 28.1. Israel estava cer­cado! Samuel, o profeta, por quem o povo consultava a Deus, falecera há dois anos! Davi, o herói nacional, es­tava fora do país, por causa da per­seguição de Saul! Jônatas, o guer­reiro valente, estava entristeci­do por causa da situação de seu pai! E Saul estava apavorado e conturba­do! Então, "vendo Saul o arraial dos filisteus, temeu, e estremeceu muito o seu coração", l Sm 28.5.

Em vez de humilhar-se diante de Deus, permaneceu endurecido. Não tendo obtido resposta divina, deveria humilhar-se, arrepender-se e buscar o perdão do Senhor, para, então, ser ouvido. Mas Saul não fez isso; antes, em novo ato de rebelião, mandou buscar uma pitonisa, uma feiticeira, uma adivinhadora para, contra tudo o que aprendera na mocidade, e con­tra tudo que ensinava a Palavra de Deus, consultá-la: "Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiti­ceira, para que vá a ela e a consul­te", l Sm 28.7.

Ele sabia muito bem que isto es­tava terminantemente proibido por Deus, e sabia que a razão da proibi­ção era porque estes "espíritos de adivinhação" eram espíritos maus, demônios. Por esta razão, ele mes­mo, "tinha desterrado os adivinhos e os encantadores", l Sm 28.3,9.

Mas Saul havia desobedecido tanto, e rejeitou tantas vezes a Deus, que a isso já estava acostumado. Saul distanciara-se tanto de Deus, que não mais podia retornar a Ele. Saul sabia que, ao consultar uma feiticeira, estava agindo contra a vontade de Deus. Ele sabia que esta­va consultando demônios. No seu or­gulho deve ter falado assim: "Se Deus não me ouve nem me responde, então procuro o Diabo". De fato, ainda há pessoas assim em nossos dias: Isso está em moda. Existem pessoas que odeiam a Deus e amam o Diabo. Que desobedecem a Deus conscientemente, e obedecem ao Diabo. Existem até "igrejas" que adoram o Diabo.

Saul procura a feiticeira

Saul disfarçou-se e foi de noite à casa da feiticeira. Nunca descera tanto. É horrível notar como o Diabo humilha suas vítimas! Saul disse à mulher: "Peço-te que me adivinhes, pelo espírito de feitiçaria, e me faças subir a quem eu te disser", l Sm 28.8.

A feiticeira alegou: "Eis aqui, tu sabes o que Saul fez como tem des­truído da terra os adivinhos e os en­cantadores; por que, pois, me armas um laço à minha vida, para me fazer matar?", l Sm 28.9."Então Saul lhe jurou pelo Senhor dizendo: Vive o Senhor, que nenhum mal te sobrevi­rá por isso", l Sm 28.10. Tal era o es­tado espiritual de Saul que não teve escrúpulo de jurar pelo Senhor, pe­rante uma feiticeira.

A feiticeira disse: "A quem te fa­rei subir?" As feiticeiras, as pitonisas, as bruxas, os médiuns, procu­ram satisfazer os fregueses, por quem são pagos. Mas Deus dá ao ho­mem, não o que o homem gosta, mas o que o homem necessita.

"Faze-me subir a Samuel!" Era uma pretensão atrevida, pois Saul havia desobedecido a Samuel, quan­do este ainda vivia. Ademais, pela rebelião de Saul contra o Senhor, Samuel afastou-se de Saul e não mais quis vê-lo nem encontrar-se com ele, l Sm 15.35. "Vendo, pois, a mulher a Sa­muel", l Sm 28.12. (Devemos enten­der que a Bíblia faz o relato do que dizia a feiticeira.)

A feiticeira faz o seu jogo

Saul queria era ver Samuel e a feiticeira só poderia dizer que o espí­rito era de Samuel: ela precisava agradar o consulente, ou antes, ela precisava guardar a sua própria vi­da, pois já desconfiava que tivesse Saul diante de si. Ela provavelmen­te o reconhecera quando chegou, pois ele era de elevada estatura, mais que todos do povo: era um semi-gigante. Ela logo lhe diria: "Tu mesmo és Saul". E antes contara a ele o que Saul havia feito com os adivinhadores e do castigo a que estavam sujeitos. Quando o visitante lhe garantira que nada sofreria, a pitonisa sabia que tinha a garantia do pró­prio Saul.

Assim Samuel subiu, mas, ape­nas na fala da pitonisa. Até o fim ela teria de fazer o seu jogo, para evi­tar que Saul desconfiasse. "Que é que vês?", perguntou Saul. Notemos que ele não via nada. A feiticeira é que via ou dizia ver. "Vejo deuses que sobem da terra". Deuses (espíritos). Note-se que eram muitos. O pedido foi que viesse um, e vieram muitos. Se, por uma exceção Deus tivesse deixado sair o espírito de Samuel, permitiria que saíssem muitos?

Saul perguntou à feiticeira como era a figura do espírito. Ela respon­deu "Vem subindo um homem an­cião, e está envolto numa capa". É lógico que sabendo ser Saul o seu consulente, a pitonisa deduziu que­rer ele falar a Samuel e, assim, descreveu-lhe a popular figura de Sa­muel. Apesar de sabermos que os de­mônios assumem a forma de seres humanos que morreram não se pode afirmar se a pitonisa via realmente uma figura que parecia Samuel ou se apenas dizia que via para contentar Saul. "Saul entendeu, então que era Samuel", mas Saul nada viu. Ele se firmava no que dizia a pitonisa!

Acreditar que foi realmente o espírito de Samuel que apareceu se­ria crer no absurdo, isto é, seria acre­ditar que Deus se tenha negado a responder a Saul por meios bíblicos: sonho, Urim, profeta, para respon­der-lhe por meio de uma feiticeira. Deus não pode violar a sua própria palavra. Se Deus não lhe respondeu por estes meios legítimos e bíblicos, muito menos, podia responder por um meio abominável e condenável pelo próprio Deus tantas vezes nas Escrituras. Deus não pode violar a sua própria palavra. Se não respon­deu a Saul, através do Espírito San­to, como poderia responder através do Diabo?

Samuel não apareceu a Saul

Logicamente, biblicamente e doutrinariamente, não poderia "su­bir" o espírito de Samuel, por um ridículo chamado de uma feiticeira. Isso seria a negação de tudo que a Bíblia ensina de Gênesis a Apocalip­se. Seria tirar o poder de Deus reter junto a si os espíritos dos salvos, e dar um poder divino às pitonisas. Seria, sim, passar um atestado de ratificação às doutrinas espíritas. Crer nesse absurdo de ter sido Sa­muel deslocado de junto a glória por determinação de uma feiticeira é, na verdade, ofender a Deus.

Mas, como Saul queria Samuel de qualquer maneira, mesmo atra­vés de "um espírito de feiticeira", o Diabo lhe produziu um "Samuel", o Samuel da feiticeira. As palavras do Samuel incorporado na bruxa desti­navam-se a desesperar Saul, a per­turbá-lo mais ainda, a conduzi-lo a decisões fatais. O Diabo primeiro age como tentador e, quando conse­gue dominar sua vítima, então se converte em atormentador. Ade­mais, tudo o que o espírito de adivi­nhação falou, com respeito a Saul e ao reino, Deus já havia falado. De novidade o espírito de feiticeira disse que Israel perderia a guerra com os filisteus. Mas isto era óbvio. A desor­ganização de Israel era total, e ameaçava o reino. Os filisteus sa­biam muito bem da condição emo­cional, desordenada e enlouquecida de Saul, e sabiam também que o grande herói Davi não se encontrava em Israel. Por tudo isso estavam cer­tos da vitória. Nem mesmo a pitonisa ignorava a próxima derrota de Saul, e podia muito bem descrevê-la como fez. Também a frase: "Ama­nhã tu estarás comigo", foi uma re­ferência à morte de Saul, que era bem provável, porque no dia seguin­te começaria a guerra e o demônio sabia disso.

Em 2 Tessalonicenses 2.10-12, le­mos: "E com todo o engano da injus­tiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira, para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade".

Estes versículos nos ensinam que aqueles que não querem receber a verdade para se salvarem são aco­metidos de espíritos maus com todo engano da injustiça para os que pe­recem; esse Deus permite que se­jam enganados. Este era o triste e la­mentável estado de Saul! Rejeitou tanto a verdade, desobedeceu tanto, fez tanto a sua própria vontade, que Deus teve de abandoná-lo.

Fonte: http://www.levandoapalavra.com/lideranca/sauleafeiticeira.htm

Comentários

  1. Costuma-se divulgar a ideia de que quem se manifestou no caso de 1Sm 28.3-25 foi um demônio (como assecla do Satanás do Novo Testamento). Essa interpretação tem suas raízes em Agostinho de Hipona, o qual é citado na Suma Teológica de Tomás de Aquino. Entretanto, esse raciocínio retroprojeta para o texto uma percepção que não faz parte do mundo em que o texto foi cunhado. Todos os mortos iam para o Sheol (o mundo inferior, que não tem nada a ver com o inferno que os cristãos imaginam hoje) e o trabalho dos ovot ("os evocadores dos ancestrais falecidos") era justamente chamá-los a fim que respondessem à questão trazida pelo consulente. A forma em que o texto se encontra hoje pretende desmoralizar Saul e exaltar Davi, além de interditar a prática da busca pelos que contatavam os mortos. No entanto, uma leitura atenta vai mostrar que o narrador não tenta desmentir que o caso aconteceu. Nem mesmo adianta apelar para uma interpretação tendenciosa do verbo hebraico yada' ("penetrar"), por exemplo, a versão "entendendo Saul que era Samuel", como a dizer que tudo foi resultado de um delírio do rei. A narrativa é clara em afirmar que "a mulher viu Samuel" e não "a mulher disse a Saul que estava vendo Samuel". Também não é valido argumento segundo o qual a palavra do Samuel defunto não foi cumprida na íntegra. As objeções que se costuma fazer quanto a isso são:

    1. Saul não foi morto pelos filisteus. Suicidou-se.

    Réplica: O texto fala em "Saul ser entregue nas mãos dos filisteus". Isso não necessariamente significa ser morto por eles diretamente, mas perecer por causa do cerco filisteu. Saul suicidou-se justamente porque o cerco dos
    filisteus fechara-se sobre ele, em outras palavras, "ele havia sido entregue nas mãos deles". Para não morrer pela violência dos inimigos, Saul preferiu suicidar-se, o que completou a tragédia de sua vida. Se bem que a tragédia maior talvez tenha sido o abandono por parte de todos.

    2. O Samuel defunto diz que Saul e os filhos dele estariam com ele (mortos) "amanhã", isto é, no dia seguinte ao episódio com a mulher de En-Dor. Só que eles morreram alguns dias depois e nem foram todos os filhos do rei.

    Réplica: "Amanhã" é uma metáfora, uma expressão idiomática generalizante, que se refere ao futuro, provavelmente a um futuro mais imediato, só que não forçosamente no "dia seguinte". Um outro exemplo na Bíblia do uso desse advérbio com sentido metafórico é Lucas 13.32: "Respondeu-lhes Jesus: Ide e dizei a essa raposa: Eis que vou expulsando demônios e fazendo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia serei consumado." Jesus não fez curas e expeliu demônios somente naquele dia e no dia seguinte. Sua fala provavelmente é um dito enigmático pelo qual ele descreve a sua atividade até o dia da morte, que também é apresentado de modo metafórico.

    É possível que, no Antigo Israel, as pessoas acreditassem na eficácia dessas práticas? A resposta é sim. 1Sm 28.3-25 pode ter surgido num círculo de pessoas que acreditava nisso. E muito provavelmente esse canal de comunicacão pode ter sido considerado legítimo. A proibição só aconteceu bem depois, provavelmente com a "reforma" (totalitária) de Josias no século VI A.E.C. Os códigos legais que proíbem a prática, como o Levítico e o Deuteronômio, são bem posteriores à época de Saul.

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    1. Obrigada irmão pelo esclarecimento, é isso mesmo que eu pensava só queria confirmar. Seu texto foi muito escalrecedor.

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    2. Clara, obrigado pelo seu comentário. Abraço.

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    3. Olá! Perdoem-me por retomar esse assunto tanto tempo após suas postagens, mas preciso fazê-lo. Li a Bíblia inteira, fiz estudos em diversas religiões e o fato é que continuo buscando uma resposta, uma verdade. Embora muitas e muitas vezes já tenha compreendido que isso acontecerá entre mim e Deus, gostaria de entender essa tema, que foi um dos que mais me fizeram questionar algumas coisas. Achei o texto do blog (Francikley) muito interessante, mas os comentários do anônimo são perguntas e perguntas que sempre levantei. É fato que não encontrei em nenhum lugar na Bíblia uma menção clara de que o que a feiticeira viu não era Samuel. O texto afirma claramente que ela viu a Samuel. Quando busco resposta, recebo informações de outros trechos bíblicos e da proibição de consultar os mortos, mas tudo infere, nada afirma claramente sobre essa passagem para que tenhamos um conclusão clara especificamente sobre essa passagem. Também gostaria de receber informações do contato com o Anônimo para entender melhor sobre o que já pesquisou.

      Agradeço e parabenizo pelo conteúdo do blog.

      Grande abraço.

      Renata
      renatalsoares@fastmail.fm

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  2. Caro "anônimo", respeito suas ideias, apesar de não concordar com todas elas. Porém gostaria de publicar o seu comentário para que os poucos leitores deste blog vejam "o outro lado"; isso contudo só será possível se o seu nome for sabido. Escreva-nos com o seu nome. Um abraço.

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  3. A explicação de que era um demônio eu conheço desde a EBD, mas o texto não diz isso. Por isso, é complicado afirmá-lo. O anônimo tem razão.

    Só queria observar também que, no A.T., não se diz que a evocação dos mortos seria um embuste, uma falcatrua ou uma mentira. Simplesmente, a prática é PROIBIDA, mas não desmentida. Só para pensar... Eu mesmo não tenho uma conclusão clara sobre tudo isso.

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  4. Cesar, a Paz de Cristo.
    Obrigado pelo seu comentário. Essas são questões a serem pensadas. Um abraço.

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  5. Graça e paz irmãos.

    Descobri um site na site, de um irmão da igreja Batista, que contém um estudo bastante abrangente, com mais de 50 páginas, no qual ele analisa detalhadamente o incidente de Saul e a pitonisa de Endor. O estudo pode ser acessado pelo link: http://www.imortalidadedaalma.com/wp-content/uploads/Saul-e-a-pitonisa-de-En-Dor-Compreendendo-1Samuel-282.pdf

    Sempre acreditei que um demônio havia aparecido a Saul. Porém, após ler esse estudo, mudei de opinião e passei a acreditar que foi Deus quem enviou, excepcionalmente, o profeta Samuel para selar o destino do rei Saul.

    Um forte abraço a todos.

    Luis Henrique

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  6. Luis, obrigado pelo seu comentário. Certamente vou ler o texto que por você foi indicado. Um Abraço.

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  7. Na verdade foi um demônio mesmo, em Atos Paulo expulsa um demônio de uma pitonisa, A explicação pseudo-linguística do "ânonimo" para "amanhã" foi uma barra forçada tremenda . ele tb afirma, baseado em hipóteses de descrentes que a LEI foi posterior a Saul, o que um grande erro, já que Saul , houvera desterrado as pitonisas exatamente por causa da LEI. Não vou listar todos os foras do Sr. Anônimo, seria muito cansativo. Parabéns ao dono do blog, pelo texto.

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    1. Brilhante, Rubens. Concordo com todos os pontos apresentados e discordo do "anônimo".

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  8. Obrigado, Rubens pelo seu comentário. Abraço.

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  9. E o que são os sonhos que os irmãos dizem profetizar nas igrejas? "E não deis ouvidos aos vossos adivinhadores, nem aos vossos SONHADORES nem aos vossos agoureiros, nem aos vossos encanta­dores...". Jr 27.9,10. Por favor esclareça.

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  10. OLÁ ABENÇOADO ANÔNIMO! HA DIFERENÇA ENTRE OCULTISMO(sitado neste blog e como em nossos dias:cartas,buzos,ler mãos etc), E REVELAÇÕES DE DEUS(como José do Egito,Jacó etc)BEM COMO OS DONS DO ESPÍRITO SANTO NA NOVA ALIANÇA DA GRAÇA. ACONSELHO QUE OS MINISTROS DE DEUS BUSQUEM O DOM DA CIÊNCIA DA PALAVRA (1ºCOR.12)...FOI UM RESUMINHO. "A PAZ DO SENHOR A TODOS".

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  11. Escrevi um artigo sobre essa questão (Doutrina do Evangelho - página do facebook). A Bíblia ensina claramente que Samuel apareceu. Até mais.

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  12. Leiam a postagem http://igrejadecristodesperta.blogspot.com.br/2013/08/o-espirito-de-samuel-realmente-apareceu.html... olha só, para nós é dificil compreender, mais Samuel realmente se comunicou com saul, a própria biblia diz... Deus não age sempre conforme nossas expectativas e ele é o Deus do impossivel, pode ter usado essa situação para cumprir a vontade dele... o que o ser profetizou aconteceu sim... se vc se basear no que a própria bíblia diz verá que aconteceu e demônios não tem esse poder... leia essa postagem e entenderá... fiquem na paz... abraço

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  13. Prezado Rubens,

    Em primeiro lugar, a sua afirmação de que quem se manifestou a Saul foi "um demônio mesmo" com base na passagem de Atos 16.16-24 carece de sustentação. Para começar, existem coincidências entre os dois textos, que são: a) mulheres são mediadoras (manipuladoras?) de forças mágicas; b) os personagens principais têm o mesmo nome (o nome hebraico de Paulo era Saul, cf. At 8 e 9); c) o "nume" profere uma declaração a respeito do personagem principal, a qual se revela verdadeira. Todavia, isso não basta para identificar quem se manifesta a Saul e quem fala através da jovem de Filipos com "demônios", no sentido de asseclas do Satanás do Novo Testamento. Tampouco um texto pode servir de parâmetro para interpretar o outro.

    A respeito de Samuel, a mulher de Endor diz a Saul que vê um ’elōhîm (28.13) subindo da terra. Ora, a palavra ’elōhîm, que, na Bíblia judaica (para os cristãos, AT), é bastante utilizada para se referir ao Deus de Israel, aqui está sendo usada como designativo para um morto evocado do Sheol. Esse exemplo mostra que o termo também poderia ser empregado com esse significado. Essa palavra pode encontrar um equivalente no vocábulo grego daimonion a não ser que se entenda este segundo sua significação na antiguidade grega: um espírito de um morto ou uma semidivindade que influía no destino das pessoas, podendo, assim, fazer tanto o bem como o mal. Associar o ’elōhîm de 1Sm 28 à concepção posterior cristã de "demônio" (cujos influxos certamente provêm da literatura apocalíptica judaica tardia) é introduzir no texto algo que nunca esteve lá.

    No caso de At 16, o texto diz que a jovem tinha um "pneuma pythona", um "sopro de Píton", isto é, uma alusão ao oráculo de Delfos, vinculado ao templo de Apolo, considerado uma divindade da profecia. A narrativa de Atos parece propor uma "batalha" de deuses da qual o deus de Paulo (o judaico, que age através de Jesus) sai vencedor. Não há preocupação de identificar a "divindade" à qual a jovem de Filipos está associada com um demônio. Mesmo a palavra grega daimonion é usada, por exemplo, em At 17.18, para se referir a divindades.

    Rubens, você simplesmente "(des)qualificou" alguns de meus comentários sem fornecer qualquer refutação embasada em argumentos. Além do mais, nem se deu ao trabalho de dizer que tantos outros "foras" meu texto contém. Com todo respeito, em termos de discussão do assunto, ao final das contas, você apenas se limitou a fazer afirmações soltas.

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  14. Adorei sua linha de raciocínio! Incrível!
    Gostaria de saber como chegou nesse artigo deste site e mais sobre esse episódio bíblico tão conturbado. Por favor, estamos esperando mais de suas aulas fantásticas!
    Abraço.

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  15. Francikley Vito ; acabei de ler tudo que me indicou, e vi uma riqueza muito grande nos detalhes explicativos do autor do tema; Fiquei admirado como o comentarista provou em cada frase e versículo, sobre as teorias infundadas do ocultismo. Estava com muita dúvida a respeito do assunto, pois teólogos cristão me dava respaldo bíblico para acreditar que realmente samuel foi quem falou com saul depois de morto, passei a noite toda de ontem intrigado com esta questão e pesquisei na rede a manha toda de hoje, e não vi nada seguro, porém muita dúvida; precisava muito de esclarecimento sobre este fato polêmico e graças a Deus e à vc consegui êxito e convicção bíblica. Louvado seja Deus! Muito obrigado!

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  16. Olá Luis, com todo respeito, eu gostaria muito de compartilhar com você e seus leitores um ponto de vista diferente do seu artigo. Não quero gerar discórdia, apenas quero poder ajudar, se você me permitir.

    Veja no link abaixo como a Bíblia é clara em mostrar que foi o profeta Samuel quem realmente apareceu, e não um demônio. Que Deus abençoe você e sua família.

    http://www.ensinamentosdabiblia.com/2013/03/o-espirito-do-profeta-samuel-apareceu.html

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