Martinho Lutero: O Profeta da Reforma

Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da capela de Wittemberg 95 teses que gostaria de discutir com os teólogos católicos, as quais versavam principalmente sobre penitência, indulgências e a salvação pela fé. O evento marca o início da Reforma Protestante, e representa um marco e um ponto de partida para a recuperação das sãs doutrinas. Veja abaixo meditações do “profeta da reforma”.

PAZ SOB A CRUZ

"Deixo-vos a paz, a minha paz eu vos dou; não vo-la dou com o dá o mundo. Não se turbe o vosso coração nem se atemorize". João 14.27

Aqui vemos o ministério do Espírito Santo: ele é dado somente àqueles que estão atolados em sofrimento e miséria. Pois o sentido das palavras é este: "Vocês não devem pensar que eu vos dou uma paz como a dá o mundo". O mundo afirma que a pessoa tem paz quando o mal é arrancado e afastado dela. Por exemplo: Se alguém é pobre e acha que essa pobreza lhe traz grande inquietação, procura uma maneira de se livrar dela, julgando que, no momento em que eliminar a pobreza, terá paz e desfrutará riquezas. Outro exemplo: Quando alguém está por morrer e a morte o assedia, põe-se a pensar: se eu pudesse afastar a morte, teria paz e continuaria a viver. Agora, uma tal paz, Cristo não nos dá. Ao contrário, ele permite que o mal persista, oprimindo as pessoas. Ele não o remove. Agora, ele usa outro expediente: transforma a pessoa e afasta a pessoa do mal, não o mal da pessoa. Isso se dá da seguinte maneira: Se você está sofrendo, Cristo o afasta do sofrimento e lhe dá um ânimo tal que você chega até a pensar que está num jardim de rosas. Assim, em meio à morte há vida, e em meio à inquietação, paz e alegria. Eis porque essa é uma paz que excede todo o entendimento, como Paulo escreve em Filipenses 4.7.

A PARÁBOLA DA ALEGRIA

"A mulher que está para dar à luz, tem tristeza, porque a sua hora é chegada; mas, depois de nascido o menino, já não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de Ter nascido ao mundo um homem". João 16.21

Devemos examinar esse exemplo com todo cuidado. Porque tal como acontece neste caso, sucede também na tentação e, especialmente, na angústia da morte. Veja como Deus trata com uma mulher que está para dar à luz. Ninguém a ajuda nessa hora de dor. Também, ninguém pode fazê-lo. Sim, criatura alguma pode livrá-la dessa situação, pois depende unicamente do poder de Deus. A parteira e outros que se acham à sua volta podem, é claro, consolá-la, mas não podem afastar as dores do parto. Ela tem de passar por isso e arriscar a sua vida. Pode tanto morrer como pode dar à luz uma criança. Ela se encontra realmente em meio à angústia de morte e está completamente rodeada de morte.

O mesmo acontece quando as consciências se angustiam ou se deparam com a morte: razão, criatura ou obra nenhuma pode nos ajudar, e não importa de que espécie seja. Não resta nenhum consolo, a ponto de você pensar que está abandonado por Deus e por todas as criaturas, sim, que Deus e todas as criaturas se voltaram contra você. Nessa hora, você tem de ficar tranqüilo e apegar-se unicamente a Deus. Ele deve livrá-lo dessa situação e nenhuma outra criatura, seja do céu, seja da terra, poderá fazê-lo. E Deus ajuda no momento que ele julga apropriado, assim como faz com a mulher, dando-lhe um rosto sorridente, assim que não se lembra mais das dores. E se, antes, tudo que havia era morte e miséria, agora não há senão vida e alegria. Assim também acontece conosco: em meio às tentações e à angústia de morte, Deus, e somente ele, nos torna felizes e nos dá paz e alegria onde antes não havia senão desgraça e angústia.

Fonte: http://www.luteranos.com.br/categories/Servi%E7os%252dIECLB/Recursos/Mensagens/Mensagens-de-Martim-Lutero/

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