Leitura Com Dedicação: Convite ao Prazer da Leitura

Por Gabriel Perissé

A leitura bem feita deflagra um complexo exercício interior de difícil descrição. Ao ler, ponho em ação os sentimentos, a vontade, a memória, a imaginação, a inteligência. Nasce dentro de nós uma agitação bem organizada, como a dos formigueiros e das colméias. As palavras são verdadeiras embaixatrizes da realidade. Fisicamente distante de um vulcão, trago-o para perto, para dentro de mim quando leio a palavra “vulcão”. Aparentemente absorto do mundo e distante de todos, o leitor, na verdade, está fugindo em direção ao mundo, está se unindo a todos.

A fome de conhecer e de amar através da leitura manifesta-se claramente quando recorremos ao dicionário, o “pai dos inteligentes”, a fim de descobrir ou ampliar a definição de palavras desconhecidas e, portanto, abraçar novas facetas da realidade e da humanidade, abraçá-las e deixar que elas nos abracem.
Mas para abraçar o máximo de realidades veiculadas pelas palavras é necessário um esforço adicional: concentrar-se.

Uma leitura dispersiva é pura perda de tempo. Concentrar-se pressupõe abrir o livro com a disposição de dedicar-se à leitura.

Dizem, em tom de brincadeira, que D. Pedro II lia muito bem porque o fazia com os cinco sentidos. Com a vista, naturalmente; com o tato, segurando o livro; com a audição, ouvindo o barulho das páginas ao serem folheadas; com o olfato, sentindo o cheiro da tinta impressa; e com o paladar, quando molhava o dedo indicador na língua para virar as páginas com mais facilidade…

Fonte
http://editoramotivar.com/2009/a-leitura-com-dedicacao/

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