Opinião: Sobre o Crescimento Evangélico
Em artigo do ano
passado, que tinha como título Os Reality Shows e o Crescimento Evangélico, um de nossos leitores nos escreveu um
comentário que agora republicamos:
As noticias sobre o
crescimento de evangélicos no Brasil correm o mundo, e chamam a atenção de
muitos lideres, e alguns sem conhecer o que esta acontecendo de fato, chega a
dizer que existe nesse momento um avivamento no Brasil (Alguém me fale onde?). A mídia (Christian Post...) tem divulgado que
em 2020 o Brasil vai ter cerca de 109 milhões de evangélicos, mas existem
alguns problemas nessa previsão, que é para da que 9 anos.
É que as informações
seguras que todo mundo tem sobre o numero de evangélicos no Brasil é com base
em um senso do ano de 2000 (ha dez anos atrás). No ano passado o IBGE fez outro
senso (senso de 2010), mas as informações sobre religião ainda não estão
disponíveis (deve ser disponível só em 2012). Mesmo assim existem diversos
"profetas" que com base na "revelação da projeção" estão
dizendo que em 2020 o Brasil vai ter 55% de evangélicos, eu considero esse
numero apenas uma especulação (que pode ou não ser), acredito que deveríamos
esperar o senso de 2010. Mas mesmo que o senso de 2010 aponte para essa curva
ascendente dos números de evangélicos temos que concordar que esse crescimento
é no mínimo questionado. Pois a mola propulsora dele é neopetecostalismo, e o
que temos visto agora é uma multidão de evangélicos nominais. Os "não praticantes"
que só existiam na igreja católica, agora já existem na igreja evangélica
também. Alguns, bem poucos, são "não praticantes" porque já receberam
o seu milagre e voltaram para a vida comum.
Outros milhares de
milhares são "não praticantes" porque receberam a promessa de uma
vida financeira abençoada, mas continuam tendo que viver com menos de 600 reais
por mês, então saíram das igrejas que lhes prometeu o céu na terra. O Dr. Paulo
Romeiro os chama de decepcionados com a graça. Se esse crescimento evangélico
fosse de verdadeiras conversões, porque que os números de evangélicos não
cresce na mesma proporção em cidades pequenas, pobres, afastadas das capitais? Por
que não cresce o número de evangélicos no vale do Jequitinhonha, em Minas
Gerais? Por que não cresce na mesma proporção o numero de evangélicos no
município de Lagoinha, quem tem menos de 3% de evangélicos, mesmo estando
localizado a menos de 200 km de São Paulo? Não cresce porque esse evangelho da
prosperidade não consegue atingir cidades onde pessoas não tem condições
financeira de contribuir com dizimo altos e muito menos com “tridizimo”. Não
cresce porque essas cidades não oferecem retorno financeiros para as mega
empresas da fé. Esse crescimento evangélico que temos ouvido a mídia divulgar
só alegra a indústria do mercado gospel, e alguns crentes que agora não tem
mais vergonha de dizer que é evangélico porque de cada 10 pessoas é normal ter
3 ou 4 pessoas que se dizem também ser evangélico. Em quanto isso as igrejas
históricas que estão comprometidas com a pregação do evangelho e a missão
integral, estão tendo a enorme tarefa de anunciar Jesus para quem já pertenceu
a uma igreja, estão tendo que explicar o plano da salvação para quem já até se
batizou.
Alguns teólogos chegam
a dizer que agora alem de termos que ir por todo mundo pregando o evangelho é
necessário também irmos por todas as igrejas evangélicas, outros pregadores se
dizem até cansado de pregar para a igreja evangélica e não ver ninguém se
converter. Crescemos mesmo ou só recebemos um "fermento do faz de
conta"?
Não cresce no Vale do Jequitinhonha, porque os evangélicos só sabem usar do nome e da pobreza da região para se projetarem. Não crescem porque temos tradições e histórias, não crescem porque somos cultos e acreditamos nas raízes que nos fundam, pois são éticas e reconhecem nossa simplicidade, rusticidade e religiosidadade verdadeiramente cristã.
ResponderExcluirObrigado por sua visita, gostaríamos de pedir, no entanto, que da próxima vez, se possível, fosse identificado seu comentário. Abraço.
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